Quatrocentos Mil Sestércios seguido de O Conde Jano

cedition: 2

year_first_edition: 1991

Uma novela passada no tempo da Roma Imperial em que diversas personagens se debatem, em episódios burlescos por causa de uma pequena fortuna, seguida de uma balada melancólica, decorrida numa idade Média mágica, onde ressurge um amor demencial e cruel.

Poderia ter passado aqueles dias em perfeito sossego sem dar azo a Fortuna a que se intrometesse comigo. Qualquer coisa, qualquer vento inopinado, qualquer espírito rebarbativo, fez com que desabassem sobre mim – quieto e sossegado que gostaria de ser – trabalhos semelhantes aos de Hércules, se tomarmos em conta a desproporção das forças. Foi à última hora que meu pai me comunicou que ia partir, por uns dias, para Olisipo por causa de uma demanda sobre uma remessa de trigo avariado. Nunca percebi se, na pendência, ele fazia de Autor ou de Réu e fui, certa­mente, o último da casa a saber a notícia. Mesmo depois dos escravos, mesmo depois da infame Lícia… Eu reparei nos preparativos: vi o Jálio a olear a lança, vi o Clíton a amontoar bagagens, tropecei num molho de gládios a um canto… Mas, francamente, nunca chegava a penates suficientemente cedo ou suficientemente sóbrio, para ter oportunidade de ouvir explicações. Também estava acostumado a dar pouca importância ao que ia lá por casa... Na véspera da partida, meu pai acordou-me brutalmente ao nascer do Sol. Abriu as portadas de par em par, com estrondo, e proclamou: «Começou o dia,» «O meu dia é particular, começa mais tarde», respondi eu, tapando-me o mais possível. O meu pai sentou-se no leito e pigarreou (…)

Checkbox ler: not checked

Grande Prémio De Conto

ano: 1991

caminho

year: 1991

country: 0

#38423a
#f8e696