Quando o Diabo Reza

cedition: 1

year_first_edition: 2011

História de uma burla, cujo alvo é um velho endinheirado. Um grupo de vadios, que vivem de expedientes e negócios pouco claros, procura formas de ficar com o dinheiro do velho. Também as próprias filhas, estas da pequena burguesia, ambicionam a suposta fortuna do pai.

Não, o outro. A bejeca deixou uma fímbria de branco poroso a ferver no lábio de Abreu. O ar de desdém, basófio e curto, derivava agora, nasalado, pela fresta da comissura: – Alguém mandou olhar? Dois velhos pasmados a uma mesa de canto, queixos pendidos sobre as chávenas de café. Não era o da boina de xadrez, de beiço torto. Era o de bochechas lassas, e olhos aguados, como um buldogue. Abreu ia explicar tudo, mas dava muito trabalho e desistiu. Mordiscou um tremoço, rilhou-o com os molares, em jeito de enjoo, e removeu a vista para o estaladiço do tecto, precisado de pintura. E sempre a dar-lhe, num sussurro bocejado: – Não sabia que o gajo vinha aqui. Tinha ouvido dizer – «quanto vale a aposta?» – que naquela cervejaria de madeirames polidos aviavam torresmos com a imperial. Mas nem pevides davam e os tremoços eram à parte.

Checkbox ler: not checked

Tinta‑da‑china

year: 2011

country: 0

#FFF
#782e88