A Arte de Morrer Longe

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year_first_edition: 2010

A arte de morrer longe conta a história de um jovem casal de classe média que não se entende e que se vai divorciar. No processo de partilhas surge um problema: quem é que irá ficar com a tartaruga? O que leva a que o processo se arraste e contribui para o seu desfecho.

Na bela e nunca por demais celebrada cidade de Lisboa, urbe das urbes, afamado remanso de brandura, nimbado de zimbórios e palmeiras, a moda das tartarugas exóticas começou um dia a fatigar. Os animais foram crescendo desmedidamente, a termos de ocupar todo o espaço dos aquários domésticos, emba­tendo a toa nos vidros, com risco de os partir e de perturbar o sossego íntimo das famílias. Vultos furtivos, pela calada da noite, em ofegantes sortidas nocturnas, encarregaram-se de distribuir répteis bojudos pelos tanques e charcos de Lisboa e não poucos couberam ao lago do Campo Grande. Quem por ali pas­sasse a noite, com uma lanterna, porventura em busca dum par de chaves transviado, ou duma moeda da sorte, surpreenderia, pelas margens lodosas, múltiplas excrescências tumefactas, negro-verdes, de que ressaltavam, numa redondeza um tanto pasmada, os olhos miúdos.

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Caminho

year: 2010

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L'art De Mourir au Loin
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year: 2014

Marie-Hélène Piwnik

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